sexta-feira, 7 de março de 2014

Quem Indica? - A Crônica do Matador do Rei

             Por Erton "Falcor" Vieira


Ser escritor não é fácil... Sei disso porque já tentei ~escrever um livro. Por isso sei como é difícil passar a sua visão para o papel, dar vida e personalidades para seus personagens. É um trabalho árduo e por isso respeito tanto os escritores.

É ainda mais difícil quando os escritores tem que construir um mundo do zero. Com suas especificidades e características únicas. Mundos fantásticos com suas próprias leis, fauna e flora. Como eu disse, eu tenho um ~mundo fantástico criado por mim, coisa simples pequena. Não se chega nem à sombra dos mundos criados pelos grandes. E pelos grandes entenda Tolkien, R.R. Martin, Gaiman, Pratchett, Lewis (e os brasileiros Solano e Vianco)... Esses sim são gênios.

Histórias em mundos fantásticos sempre fascinaram, não só a mim, mas a uma horda de leitores que cresceram lendo Nárnia e assistindo Caverna do Dragão. E tive o prazer de, no ano passado, topar com um livro que entrou facilmente no meu top 5: “A Crônica do Matador do Rei”!

Os dois livros da série até então...


“Lembre-se de que há três coisas que todo sábio teme:
O mar na tormenta,
uma noite sem luar
e a ira de um homem gentil.”


“A Crônica do Matador do Rei – O Nome do Vento – Primeiro Dia” (ufa!!) é escrita por Patrick James Rothfuss e é, acreditem, seu primeiro livro (FDP!! Como ele conseguiu?!?). E já no seu livro de estreia ele consegue construir um universo para dar inveja a muito escritor de fantasia por aí... E conseguiu fazer um sucesso estrondoso lá fora.

“O Nome do Vento” é o primeiro livro das Crônicas e conta a história de Kote, um enigmático dono de uma taberna que se esconde por algo que fez no passado. Depois que um escriba chega na taberna de Kote, seu passado passa a ser revelado e aí conhecemos a história de Kote, que na verdade atende pela alcunha de Kvothe, o Sem-Sangue, o Arcano, o Matador do Rei, notório mago, esmerado ladrão, amante viril, herói salvador, músico magistral e assassino infame.

Mil faces de Kvothe


O que mais me conquistou nesse livro é a forma como ela é narrada. Como eu disse, um escriba chega na taberna de Kvothe e o convence a contar sua história e a partir daí o livro se transforma no relato da vida de Kvothe contada pelo próprio. É uma fórmula certeira de contar uma história, todos o desenrolar da narração se dá de forma suave e de fácil compreensão. Coisa que o personagem deliberadamente deixa de contar para o escriba é abordada mais na frente da estória. Tudo muito bem amarrado.

No primeiro livro da “Crônica do Matador do Rei” conhecemos 3 fatores que irão fazer parte da vida de Kvothe pelo resto das Crônicas. O desejo de aprender o mistério por trás da arte de nomear as coisas, o que o leva a aprender magia e a entrar em uma universidade que ensina magia. A necessidade de reunir informações sobre o Chandriano - os lendários demônios contra o qual Kvothe busca vingança. E sua música, que é um dos pontos altos do livro. A forma como o Rothfuss descreve a paixão do jovem Kvothe pela música é comovente. E suas descrições das canções que o Kvothe toca em seu alaúde são magníficas e o leitor consegue se embalar na música.

Kvothe e seu alaúde.


Vejam bem, é um livro fantástico, que tem magia, escolas de magia (Hogwarts? Alguém?), demônios, lutas de espadas, músicos, animais fantásticos... Cara, não tem como não gostar desse livro. E olha que nem vou entrar no mérito que é só o primeiro das Crônicas.

O livro dois “A Crônica do Matador do Rei – O Temor do Sábio – Segundo Dia” continua as aventuras de Kvothe até o fatídico dia em que ele ficou conhecido como o Matador do Rei. E essa jornada vale muito a pena ser acompanhada. Aqui no Brasil os dois primeiros livros das “Crônicas do Matador do Rei” foram trazidos pela Editora Sextante. O terceiro e, possivelmente, último livro da saga não foi lançado ainda (e eu sei porque toda semana eu procuro novidades sobro o lançamento do “Terceiro Dia”).

Seria essa a capa do "terceiro dia" ?



“A Crônica do Matador do Rei – O Nome do Vento – Primeiro Dia” é um livro fácil de lê e que prende seu leitor pela riqueza do seu mundo. Um bom livro para quem está começando a enveredar pelo mundo da literatura fantástica e um excelente livro para os já apreciadores desse tipo de leitura. Recomendado com a força do vento quando chamado pelo seu nome!!!

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