Por Erton "Falcor" Vieira
Ser escritor não é fácil... Sei disso porque já tentei
~escrever um livro. Por isso sei como é difícil passar a sua visão para o
papel, dar vida e personalidades para seus personagens. É um trabalho árduo e
por isso respeito tanto os escritores.
É ainda mais difícil quando os escritores tem que construir
um mundo do zero. Com suas especificidades e características únicas. Mundos
fantásticos com suas próprias leis, fauna e flora. Como eu disse, eu tenho um
~mundo fantástico criado por mim, coisa simples pequena. Não se chega nem à
sombra dos mundos criados pelos grandes. E pelos grandes entenda Tolkien, R.R.
Martin, Gaiman, Pratchett, Lewis (e os brasileiros Solano e Vianco)... Esses
sim são gênios.
Histórias em mundos fantásticos sempre fascinaram, não só a
mim, mas a uma horda de leitores que cresceram lendo Nárnia e assistindo
Caverna do Dragão. E tive o prazer de, no ano passado, topar com um livro que
entrou facilmente no meu top 5: “A Crônica do Matador do Rei”!
Os dois livros da série até então... |
“Lembre-se
de que há três coisas que todo sábio teme:
O mar na
tormenta,
uma noite
sem luar
e a ira de
um homem gentil.”
“A Crônica do Matador do Rei – O Nome do Vento – Primeiro
Dia” (ufa!!) é escrita por Patrick James Rothfuss e é, acreditem, seu primeiro
livro (FDP!! Como ele conseguiu?!?). E já no seu livro de estreia ele consegue
construir um universo para dar inveja a muito escritor de fantasia por aí... E
conseguiu fazer um sucesso estrondoso lá fora.
“O Nome do Vento” é o primeiro livro das Crônicas e conta a
história de Kote, um enigmático dono de uma taberna que se esconde por algo que
fez no passado. Depois que um escriba chega na taberna de Kote, seu passado
passa a ser revelado e aí conhecemos a história de Kote, que na verdade atende
pela alcunha de Kvothe, o Sem-Sangue, o Arcano, o Matador do Rei, notório mago,
esmerado ladrão, amante viril, herói salvador, músico magistral e assassino
infame.
Mil faces de Kvothe |
O que mais me conquistou nesse livro é a forma como ela é
narrada. Como eu disse, um escriba chega na taberna de Kvothe e o convence a
contar sua história e a partir daí o livro se transforma no relato da vida de
Kvothe contada pelo próprio. É uma fórmula certeira de contar uma história,
todos o desenrolar da narração se dá de forma suave e de fácil compreensão.
Coisa que o personagem deliberadamente deixa de contar para o escriba é
abordada mais na frente da estória. Tudo muito bem amarrado.
No primeiro livro da “Crônica do Matador do Rei” conhecemos
3 fatores que irão fazer parte da vida de Kvothe pelo resto das Crônicas. O
desejo de aprender o mistério por trás da arte de nomear as coisas, o que o leva
a aprender magia e a entrar em uma universidade que ensina magia. A necessidade
de reunir informações sobre o Chandriano - os lendários demônios contra o qual
Kvothe busca vingança. E sua música, que é um dos pontos altos do livro. A
forma como o Rothfuss descreve a paixão do jovem Kvothe pela música é
comovente. E suas descrições das canções que o Kvothe toca em seu alaúde são
magníficas e o leitor consegue se embalar na música.
Kvothe e seu alaúde. |
Vejam bem, é um livro fantástico, que tem magia, escolas de
magia (Hogwarts? Alguém?), demônios, lutas de espadas, músicos, animais
fantásticos... Cara, não tem como não gostar desse livro. E olha que nem vou
entrar no mérito que é só o primeiro das Crônicas.
O livro dois “A Crônica do Matador do Rei – O Temor do Sábio
– Segundo Dia” continua as aventuras de Kvothe até o fatídico dia em que ele
ficou conhecido como o Matador do Rei. E essa jornada vale muito a pena ser
acompanhada. Aqui no Brasil os dois primeiros livros das “Crônicas do Matador
do Rei” foram trazidos pela Editora Sextante. O terceiro e, possivelmente,
último livro da saga não foi lançado ainda (e eu sei porque toda semana eu
procuro novidades sobro o lançamento do “Terceiro Dia”).
Seria essa a capa do "terceiro dia" ? |
“A Crônica do Matador do Rei – O Nome do Vento – Primeiro
Dia” é um livro fácil de lê e que prende seu leitor pela riqueza do seu mundo.
Um bom livro para quem está começando a enveredar pelo mundo da literatura
fantástica e um excelente livro para os já apreciadores desse tipo de leitura.
Recomendado com a força do vento quando chamado pelo seu nome!!!
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